Pouca gente sabe, mas o serviço de varrição no município de São Paulo é realizado seguindo um detalhado plano de trabalho aprovado pela Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) e subprefeituras. Estes planos são elaborados com base nos dados disponibilizados pela Prefeitura no processo de licitação de contratação dos serviços.

O edital previa a limpeza de 1.216 quilômetros por dia, em média, nas cinco subprefeituras atendidas pela Ecoss Ambiental (Butantã, Lapa, Perus, Pinheiros e Pirituba/Jaraguá). Isso dá cerca de 37 mil quilômetros todos os meses. Para se ter uma ideia, uma volta ao mundo ao redor da terra em linha reta tem 39,8 mil quilômetros.

O plano de trabalho é elaborado também com dados do site Geosampa, da Prefeitura de São Paulo, que reúne diversas informações topográficas e administrativas da cidade. Você sabia, por exemplo, que a avenida Brigadeiro Luis Antonio separa as subprefeituras de Pinheiros e da Vila Mariana? E que a avenida Paulista fica entre as subprefeituras de Pinheiros e da Sé? A limpeza da avenida Paulista, por exemplo, é realizada pela empresa Sustentare Saneamento (sustentaresaneamento.com.br)

Outra curiosidade é que o plano de trabalho não é estanque. Ele precisa de adequar ao dinamismo da cidade de São Paulo, que muda sua configuração com frequência. Todos os dias, por exemplo, novas ruas, novos pontos comerciais, novas faculdades e novas escolas são criados, exigindo um tratamento diferenciado em relação aos resíduos sólidos. Dessa forma, o plano de trabalho aprovado em dezembro de 2019 será revisto em junho de 2020.

Frequência de varrição aumentou

Desde que a Ecoss Ambiental passou a atuar em São Paulo, a população foi beneficiada sob vários aspectos. Um deles é que diversas ruas que eram varridas apenas uma vez por semana agora passaram a receber o serviço duas vezes por semana. Algumas vias que eram limpas duas vezes por semana, passaram a ser limpas diariamente.

A frequência determinada no plano de trabalho leva em consideração as características de uso das vias, como a quantidade de comércio, escolas e hospitais. Quanto maior o perfil comercial de intensa visitação, maior a atenção ao local. Em bairros estritamente residenciais e onde baixo fluxo de pedestres, o serviço é realizado com menor frequência.

Há também a questão dos turnos. Muitas vias são limpas mais de uma vez por dia, outras precisam ter o serviço feito em um período específico para não atrapalhar o trânsito ou por conta da quantidade de carros estacionados, o que dificulta a limpeza das sarjetas.

Cada varredor recebe um itinerário com especificação de início e fim do trecho que deve ser executado por ele naquele dia e turno. Se uma via é limpa diariamente, ele fará o mesmo trecho todos os dias. Se a via recebe serviços duas vezes por semana, por exemplo, ele fará distintos trechos ao longo da semana. A qualidade e a execução do trabalho são verificados pelos fiscais da empresa, que se reportam a encarregados.

Outro ponto relevante para se entender a execução dos serviços é que a limpeza contratada Prefeitura inclui apenas as sarjetas na maioria das vias. Pouca gente sabe, mas a varrição de calçadas em São Paulo deve ser realizada pelo responsável do imóvel, conforme a Lei Municipal nº 13.478/2002. As exceções ficam por conta de calçadas de vias de grande circulação de pedestres, calçadões, corredores comerciais, passeios de viadutos ou adjacentes a abrigos de ônibus.